A ESTÉTICA DO RENASCIMENTO EUROPEU

Leonardo di Ser Piero da Vinci

A ultima ceia 

 Leonardo di Ser Piero da Vinci

Biografia:

Leonardo di Ser Piero da Vinci ou simplesmente Leonardo da Vinci,  filho ilegítimo de Messer Piero Fruosino di Antonio da Vinci, e de Caterina, nasceu em 15 de abril de 1452 em Florença, foi  cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e musico.  E ainda também conhecido como precursor da aviação e da balística, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É até os dias de hoje considerado o maior pintor de todos os tempos, foi aluno de Verrocchuio, trabalhou em Milão, Roma, Bolonha, Veneza e França. Suas obras mais famosas são A Mona Lisa e A Última Ceia.

A vida de Leonardo transcorre num momento histórico em que o poder das idéias busca mudar os rumos do mundo e transitar da religiosidade da Idade Média para a racionalidade do Renascimento. O epicentro desse poderoso movimento transformador chamado humanismo se concentrou principalmente em Florença a cidade foi o berço das idéias e pensamentos que definiram uma nova atitude do homem diante de uma realidade que liquidava a velha crença medieval de que o destino do homem era determinado pelas leis divinas.

Leonardo faleceu em Clos Lucé, em 2 de maio de 1519.

“ De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, passamos atingir o Céu.” –

Giorgio Vasari

Principais características das pinturas de Da Vinci: utilização da técnica artística da perspectiva, uso de cores próximas da realidade, figuras humanas perfeitas, temas religiosos, uso da matemática em cálculos artísticos, imagens principais centralizadas, paisagens de fundo, figuras humanas com  expressões de sentimento, detalhismo artístico.

Obra: A Última Ceia

 Identificação:

Perspectiva cientifica

A obra A Última Ceia foi feita entre 1495-1497, em óleo e têmpera sobre gesso, com dimensão de 460 x 880 cm, que figura no mural do refeitório dos padres dominicanos de Santa Maria Delle Grazie de Milão.

Analise da obra:

É um afresco para a igreja de Lodovico Sforza. Ele representa a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso e crucificado como descreve a Bíblia. É um dos maiores bens conhecidos e estimados do mundo.

Leonardo começou pela composição das figuras, onde desde  o inicio, obedeceu a todas  as regras da perspectivas cientifica. O ponto de fuga esta atrás da cabeça de Cristo, exatamente no centro da pintura que, desse modo, fica cheia de significação simbólica. Presumidamente, o Salvador teria acabado de pronunciar que um dos apóstolos iria traí-lo e os Discípulos estariam perguntando a Ele; “Serei eu Senhor?”

O gesto de Cristo com as mãos estendidas, é de submissão à vontade divina e de oferta. Os apóstolos, revela sua personalidade própria, seu relacionamento pessoal com o Salvador, Leonardo pretendia certamente retratar a intenção da alma humana através dos gestos e movimentos de seus membros.

Da Vinci passou grande parte destes três anos dando atenção integral a esta pintura o que era fato raro para um pintor versátil e da sua importância e  qualidade.

Parcialmente pintada na forma tradicional de um afresco com pigmentos misturados com gema de ovo ao reboco úmido incluindo também um veículo de óleo ou verniz. Ele se utilizou de uma nova técnica, mas não foi feliz na sua escolha, pois a obra sofreu varias restaurações por se deteriorar com muita facilidade.

Michelangelo Buonarroti

A criação e Adão

Michelangelo Buonarroti

Biografia:

Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, um dos maiores nomes do Renascimento. Nascido em Caprese, Itália no dia 06/03/1475, aos 13 anos ingressa como aprendiz na oficina do pintor Domenico Ghirlandaio,  passou a maior parte de sua infância e adolescência na cidade de Florença.  Em 1489, entra para a Escola de Escultura de Florença e lá permanece até a morte de Lorenzo de Medici, seu mecenas e amigo, em 1492. Nesse período converte-se aos ideais de beleza e às concepções filosóficas da Grécia antiga. Estuda as esculturas gregas e romanas da coleção dos Médici e aprende anatomia humana. Em 1492 foi morar na cidade de Bolonha onde ficou por 4 anos, entre 1508 a 1512 pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano, entre muitos outras obras.

Em 18 de fevereiro de 1564, aos 89 anos de idade na cidade de Roma, ele veio a falecer, sendo até os dias de hoje considerado no mundo todo um dos grandes e mais talentoso artista plástico de todos os tempos.

Michelangelo consciente do seu papel no mundo contribuiu com sua atitude e seu talento para elevar o artista da vulgaridade artesanal rumo à valorização social.Um artista incansável na sua busca em favor da beleza.

Para a posteridade Michelangelo permanece como um dos poucos artistas que foram capazes de expressar a experiência do belo, do trágico e do sublime numa dimensão cósmica e universal.

Obra: A Criação de Adão

Identificação:

Anatomia humana

A obra é um afresco de 280 x 570 cm, pintado por volta de 1511, que figura no teto da Capela Sistina, zona central da abóbada, no Vaticano na Itália. A cena representa um episódio do livro de Genesis no qual Deus cria o primeiro homem, Adão.

Analise da obra:

A criação de Adão esta localizada no sexto trecho da abóbada, o que ela mostra não é a criação física de Adão, mas a transmissão da alma, obtendo, assim uma justaposição do Homem e de Deus que jamais foi obtida por nenhum outro artista. As formas do corpo de Adão com sua anatomia bem marcada, onde pode se perceber a expressão do rosto, sua postura e o relaxamento dos seus músculos, contrastam com o vigor e a força de Deus fazendo com que o espectador contemple a perfeição da representação.

Deus esta representado como um ancião barbudo envolto em um manto que divide com alguns anjos, o braço direito de Deus esta esticado para criar o poder da vida de seu próprio dedo para Adão, o qual esta com o braço esquerdo esticado em contraposição ao do criador, os dedos de Adão e Deus estão separados por uma pequena distancia.

Albrecht Altdorfer

A vista do vale de Danúbio

Albrecht Altdorfer

Biografia:

Pintor, desenhista, arquiteto e gravador alemão nascido em Regensburg, hoje Ratisbona, considerado o primeiro mestre da escola do Danúbio e o primeiro pintor paisagista europeu. De origem burguesa, estudou com o pai e terminou sua formação artística em Amberg. Sabe-se que trabalhou como arquiteto em sua cidade natal, embora nada reste de sua obra arquitetônica, e que morreu na mesma cidade em que nasceu.


Sua obra-prima seria A batalha de Isso ou A vitória de Alexandre (1529), embora também sejam muito conhecidos e valorizados os quadros A Penitência de S. Jerônimo (1507), São Jorge e o dragão (1510), A Natividade (1513), A ressurreição (1518), O Departamento de S. Floriano (1520), Vista do Vale do Danúbio/Regensburg (1520-1525) e Alegoria (1531), entre outros.

Obra:  Vista do Vale do Danúbio (Regensburg)

Identificação:

Botânica (Paisagens)

Paisagem do Danúbio (1520 a 1525). Pergaminho em madeira ( 30 x 22 cm), localização Alte Pinakothek,  Munique. Albrecht Altdorfer, numa região alemã totalmente diversa, foi também um paisagista altamente individual, executando estudos nostálgicos de colinas cobertas de pinheiros e lagos de montanhas. Um elemento fundamental de sua pintura era a paisagem, à qual se integravam as figuras sem, no entanto, receberem destaque. Suas montanhas, lagos e bosques não tinham tratamento naturalista, representando criações fantásticas e irreais, reforçadas pelo emprego que o artista fazia da cor e da luz, o que levou muitos críticos a considerá-lo um antecessor remoto do romantismo. Também fez desenhos em branco e preto sobre papel colorido, cuja representação da natureza também predominava.

RENASCIMENTO – SÉCULO XV E XVI

Chamado Alto Renascimento, os dois séculos de experiência com as maneiras de representar a figura humana com as técnicas de perspectivas e com tintas a óleo, datado de 1500 a 1520, teve como representantes as grandes figuras de Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael. A maioria das pinturas eram feitas em painéis de madeira ou em paredes ou tetos, mas Giorgione e Ticiano introduziram a prática de pintar em tela.

Na pintura da Idade Média predomina a tendência a uma interpretação científica do mundo. O resultado disso na pintura , é o estudo da perspectiva científica, da botânica e da anatomia humana. O uso da perspectiva conduziu a outro recurso, o claro-escuro, para representar áreas iluminadas e outras com sombra. Esse jogo de contrastes reforça o volume dos corpos, contribuindo para um maior realismo nas pinturas.

Surgindo assim , com o Renascimento , uma característica muito especial na pintura, o estilo pessoal, usado tanto por Michelangelo , como por Albrecht Altdorfer e também, por Leonardo da Vinci.

Leonardo da Vinci buscava o conhecimento científico e a beleza artística em suas obras e o Afresco Mural da Última Ceia, da Vinci compara o contraste entre a inquietação dos apóstolos e a imobilidade de Jesus.

Já na obra de Michelangelo, a Criação de Adão, expressava sua genialidade a serviço da expressão da dignidade humana, buscando o ideal grego de beleza e o equilíbrio das formas, sempre em contato com a filosofia de Platão.

A pintura de paisagens, como a obra de Albrecht Altdorfer, o artista incorpora a figura humana a paisagem, mas sem muita importância. Altdorfer foi um dos pintores mais talentosos em todo o território da arte alemã. He achieved, through his color modulation, completely new ways of expression directed at the emotions. Conseguiu, através de sua modulação de cor, as formas de expressão dirigida as emoções. Sua tendência para o “romântico´” é particularmente evidente nas suas paisagens.

Na verdade, o Renascimento significou muito mais do que o simples reviver da cultura clássica. Nesse período, ocorreram mudanças , não só no campo das artes plásticas , mas também, da literatura e das ciências. O ideal do Humanismo foi, sem dúvida, o móvel de tais realizações e tornour-se o próprio espírito do Renascimento.